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ESTUDOS REFINAM A PRODUTIVIDADE E RENTABILIDADE DO CEDRO AUSTRALIANO

Eduardo Stehling – biólogo e pesquisador da Bela Vista Florestal

A falta de informações de qualidade e conhecimento nas espécies florestais sempre foi um problema. No cultivo de espécies florestais de valor agregado, mais conhecidas como espécies nobres, é comum ver silvicultores iniciantes selecionarem a espécie apenas por sua rentabilidade. Normalmente isto acarreta grandes prejuízos ou perda total do investimento, basicamente por inadequação da cultura ao local. A escolha correta começaria em selecionar a espécie pela aptidão do terreno do produtor.

Muitas culturas são difamadas antes mesmo de mostrarem seu potencial, condenadas ao descrédito de futuros investidores e do meio científico. Isto é fortemente influenciado pelo perfil do produtor (empresários e profissionais liberais iniciantes) e pelas informações fantasiosas de produtividade e rentabilidade amplamente divulgadas para atrair investidores.

A despeito do descaso de muitos pesquisadores, existem empresas investindo em pesquisa de base em culturas nobres, gerando informações fundamentais e amparando produtores. O cedro australiano é o melhor exemplo. Como a rentabilidade guia os investidores, medir a produtividade de florestas de cedro australiano é estratégico para o desenvolvimento de um mercado sério.

Com finalidade de melhorar a estimativa de produção de madeira, foram feitos estudos de volumetria em florestas de cedro australiano. A iniciativa da Bela Vista Florestal em parceria com pesquisadores da Ufla permitiu o desenvolvimento de modelos matemáticos com parâmetros para o cedro australiano no município de Campo Belo. A partir destes modelos foi possível obter informações sobre altura de árvores, o volume total, volume de partes ou toras no fuste, sortimento de madeira, diâmetro em determinada altura da árvore, estimar o volume de madeira serrada, determinar o perfil de árvores, entre outras aplicações possíveis. Estes resultados dos trabalhos de conclusão de curso dos engenheiros florestais Gustavo Salgado Martins e Bruna Dias Rodrigues, foram muito importantes para tirar a produtividade e rentabilidade do cedro australiano da especulação. Antes a rentabilidade era baseada na expectativa de volume e preço de mercado “imaginados”, a exemplo do que ainda vem acontecendo com outras espécies florestais.

Atualmente é possível estimar a produtividade de florestas de cedro com qualidade, oferecendo perspectivas mais reais de rentabilidade. O principal resultado prático foi que a produtividade e rentabilidade saíram de enormes lucros fictícios da década passada, para valores mais adequados e compatíveis com a realidade do mercado florestal atual, sem deixar de apresentar excelente lucratividade. Isto mostra o amadurecimento da cultura dentro do setor florestal, reflexo da intensa pesquisa realizada na espécie e seu desenvolvimento no mercado. Esta tendência deve ser acompanhada por outras culturas.

Atualmente já existe interesse em produtos feitos com madeira de cedro australiano (sarrafos, laminados e lambris), sendo este fato baseado em vendas já realizadas. A madeira já está disponível no mercado e tem um potencial ainda maior, sendo bem valorizada quando comparada com o eucalipto ou outras madeiras.

Levando-se em consideração a existência de materiais genéticos superiores (clones), valores de mercado já praticados, conhecimento técnico e produtividades confiáveis, é fácil perceber que o cedro australiano é uma excelente opção entre as espécies florestais atuais, claro, desde que as áreas de plantio sejam apropriadas para a espécie.

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