“Nós brasileiros ficamos sempre buscando alternativas à produção madeireira envolvendo espécies com alto valor comercial, principalmente, com espécies oriundas de outros países. Ao longo dos últimos 30 anos algumas investidas foram feitas, sem no entanto estarem comprometidas com a adequada base genética e sempre sem nenhum ganho nos incrementos volumétricos, na resistência às pragas e doenças, como também na qualidade do fuste obtido. Desconheço sucessos nesses empreendimentos, mas sim fracassos e prejuízos a quem plantou. Houve sempre espécies da moda!
Há dois anos conheci o projeto da BELA VISTA FLORESTAL, concernente à produção de mudas clonais de Toona ciliata (cedro australiano). Foi uma boa surpresa! Por uma felicidade muito grande, conseguiram materiais genéticos de diferentes procedências e por árvore matriz dessa espécie através do CSIRO (um departamento de pesquisa da Austrália). Além de estabelecerem uma população base dessa espécie no Brasil, fizeram uma criteriosa avaliação ao longo dos anos e através da clonagem, por enraizamento de estacas, produziram diferentes clones considerando aqueles e outros parâmetros silviculturais. Pela amplitude dos materiais avaliados, eles têm hoje materiais originados de locais com diferentes altitudes e precipitação pluviométrica. Essas condições facilitam ao usuário da muda ver se a sua região poderá contemplar ou não alguns dos clones selecionados.
É um trabalho singular, de grande importância aos produtores de madeira oriunda de reflorestamentos e que se tornou uma significativa referência para a silvicultura brasileira.”