Cedro Australiano – Nosso diferencial
A Bela Vista Florestal é referência nacional em cedro australiano e busca tecnologia de ponta para a empresa e seus clientes. A fim de obter alta produtividade e segurança no cultivo do cedro australiano, desenvolve pesquisa aplicada com a espécie desde 2006 junto à UFLA (Universidade Federal de Lavras) em áreas fundamentais. Possui uma ampla base genética da espécie, onde o trabalho de melhoramento está fundamentado. Oferece material técnico e didático sobre o cultivo do cedro australiano através de seu site. Presta serviço de consultoria e assistência técnica em questões específicas para clientes interessados.
Foi criado um pacote tecnológico exclusivo, que alia materiais genéticos de alta produtividade, acesso à informação e acompanhamento técnico em campo para os clientes ao longo da implantação. Para entender a profundidade desse trabalho e o compromisso com a espécie e com os clientes, vale a pena saber mais sobre essa história:
Bela Vista Florestal e o melhoramento genético do cedro australiano no Brasil
Introduzido no país pela antiga Aracruz Celulose há mais de 40 anos, o cedro australiano (toona ciliata) foi plantado no norte do Espírito Santo, nas áreas de teste da empresa, que apesar de não optar por seu cultivo em larga escala, viu na espécie uma promessa de alta renda para produtores rurais. Através de doações de mudas a produtores, prefeituras e ao INCAPER, a Aracruz iniciou a difusão da cultura. Até então o material genético que estava sendo plantado foi trazido com o foco de se adaptar àquela região específica. Daí em diante, foram os próprios produtores de cedro que continuaram sua disseminação, através de coleta de sementes feita sem critério e da introdução em outros estados, alguns com condições de solo e clima completamente diferentes da região inicial. Começou assim uma série de equívocos, bastante comuns nos empreendimentos com novas espécies florestais. Além de desconsiderar as diferenças geográficas do país, que é praticamente um continente, e querer forçar a adaptação da espécie em áreas inadequadas, o empreendedor não procurou informações seguras sobre o manejo da cultura. Se tivesse procurado, veria que naquela época, simplesmente não havia pesquisa sobre nutrição, pragas e doenças, uso de herbicidas, podas e desbastes, produtividade e etc.
Em 2003, por indicação de professores da Universidade Federal de Viçosa, a Bela Vista Florestal se interessou e começou a trabalhar com a espécie. Logo em 2005, em função da falta de material genético de qualidade, e de toda a base teórica citada anteriormente, a empresa percebeu que para levar o cedro a sério como negócio, teria que gerar as informações necessárias, pois não havia nenhuma outra empresa no país fazendo isso. E por um motivo óbvio; pesquisa e melhoramento florestal são processos caros, lentos e arriscados. Apenas grandes empresas (celulose e siderurgia) tinham porte suficiente para esse tipo de empreitada, mas pelas características de seus produtos, não se interessavam por madeira sólida.
A Bela Vista, viu essa deficiência da cultura como oportunidade de negócio e resolveu investir em um projeto de melhoramento genético e clonagem de cedro australiano.
A falta de qualidade da semente era um dos principais problemas. A cada ano não se sabia se haveria quantidade nem qualidade disponível. Nos anos anteriores à crise econômica de 2008, uma euforia tomava conta do setor florestal, com preços altos e demanda por tudo o que se produzisse. Com isso, oportunistas entravam no mercado, e a qualidade das mudas e sementes disponíveis chegou a um péssimo nível.
Em 2006 a BV iniciou o processo de importação de sementes de cedro australiano, com a ajuda da Universidade Federal de Lavras, e a qualidade do material selecionado pelo Australian Tree Seed Center, do CSIRO, como parte de um amplo trabalho conservacionista. A equipe da Bela Vista Florestal viajou então para a Austrália, e de lá trouxe sementes de cem árvores selecionadas de norte a sul do continente, plantas com até três mil quilômetros de distância entre si. Uma base genética bem diversificada, imprescindível para o projeto de melhoramento genético que se iniciava, com potencial para se adaptar ao Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Bahia, São Paulo, Espírito Santo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Santa Catarina e Paraná. As matrizes selecionadas estavam em locais que variavam entre 40 m (beira mar) a 1.100 m de altitude, e regiões com precipitação entre 900 mm e 2.500 mm, além de diferentes climas e biomas australianos. Enfim, uma vasta gama genética.
Em 2007, após a liberação quarentenária das sementes, a empresa produziu 30.000 mudas, que foram utilizadas na implantação de dois testes genéticos das origens e famílias importadas (testes de procedência/progênies) em regiões biogeográficas bem distintas. Um teste foi implantado no bioma cerrado em João Pinheiro (noroeste de Minas), a 670 metros de altitude, com déficit hídrico e solo arenoso de baixa fertilidade; o outro foi implantado em área de transição cerrado/mata atlântica em Campo Belo (sudoeste de Minas), a 850 m de altitude, em latossolo vermelho de média fertilidade, com 1500 mm de chuva por ano e sem déficit hídrico. Dos estudos e análises desses dois testes, a Bela Vista Florestal iniciou a seleção dos materiais que se tornariam cultivares (clones), iniciando com 1.600 plantas e obtendo no final 39 materiais genéticos promissores. Após esta fase, testes clonais genéticos foram instalados em quatro municípios mineiros: Jequitaí, João Pinheiro, Piumhi e Campo Belo. Após seis anos de pesquisas, o estreitamento da seleção chegou a 6 cultivares, ou clones, com boa adaptação em todas as áreas testadas e ganho de produtividade de até 200% sobre a variedade de cedro australiano existente no Brasil. A produtividade média das florestas oriundas das sementes nacionais fica em torno de 12 m³/ha/ano, enquanto os materiais selecionados chegam a ter em média 30 m³/ha/ano, sendo que um clone testado apresentou 37 m³/ha/ano.
A seleção também levou em conta a resistência às principais pragas e doenças do cedro, como o psilídeo branco, o fungo foliar filácora e alguns ácaros. Os estudos levaram ao domínio do manejo da espécie, com uma série de ganhos. A poda de galhos foi facilitada e a necessidade de plantio foi reduzida de 1.660 árvores por hectare para 800, pois a exigência de seleção é muito menor devido à homogeneidade entre as plantas.
Para chegar a esse resultado parcerias foram fundamentais. Desde 2006 são mantidos investimentos em pesquisas, contando principalmente com apoio da Universidade Federal de Lavras (UFLA), mas também da Universidade Federal de Viçosa (UFV) e o Instituto Federal de Estudos Tecnológicos (IFET). Em alguns momentos participaram também o Instituto Estadual de Florestas (IEF) e o Sebrae. A participação da UFLA gerou diversos trabalhos acadêmicos e científicos, entre monografias, dissertações, teses e artigos. No momento mais sete linhas de pesquisas estão em andamento, envolvendo qualidade e usos da madeira, pragas e doenças da planta, nutrição, manejo e melhoramento genético. A segunda geração de cultivares já está sendo trabalhada. Durante o desenvolvimento do projeto estiveram ou estão envolvidos os professores Edson Pozza (Fitopatogia), Antônio Eduardo Furtini (Solos), Sebastião Rosado (Melhoramento Genético), Fausto Weimar Acerbi Júnior e Natalino Calegário (Manejo Florestal), Tarcisio Lima e José Reinaldo Moreira da Silva (Qualidade e Tecnologia da Madeira), entre outros, mostrando que com a iniciativa, a UFLA também se tornou um polo de excelência em cedro australiano, e que a interação entre empresa privada e academia é sempre benéfica para o país.