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COMERCIALIZAÇÃO DE MADEIRA NOBRE: TENDÊNCIAS DE MERCADO E OPORTUNIDADES DE NEGÓCIOS

Eduardo Stehling, Biólogo da Bela Vista Florestal.

A utilização de madeiras nobres como alternativa para produção sempre estará em pauta. Entretanto sua real produtividade e diversas possibilidades de uso, rentabilidade e mercado, foram e continuam sendo motivo de acaloradas discussões.

Ao longo do tempo, muitos consumidores de madeira trocaram a espécie utilizada, por diversos motivos; seja a escassez e dificuldade de obtenção, custos de transporte, alto preço, entre outras questões. Com a iminente extinção econômica do cedro e mogno brasileiro, fica uma enorme lacuna que vem sendo preenchida com outras espécies.

No caso das meliáceas nacionais, um dos substitutos óbvios é o cedro australiano. Sua madeira é tão parecida a ponto de ser confundida por marceneiros. Além disso, existe uma enorme gama de produtos que necessitam de madeira leve, estável e trabalhável, para serem confeccionados, seja para uso nobre ou não, podendo ser perfeitamente feitos com sua madeira. Entre as madeiras de reflorestamento, o eucalipto e o pinus nem sempre são bons substitutos.

A pronta aceitação da madeira jovem de cedro australiano pelo mercado reduziu a expectativa de produção da espécie, antes estimada em 15 anos. Atualmente já existem usos para a madeira a partir dos 7 anos de idade, com os preços esperados para a madeira de 15 anos. Esta demanda viabiliza a utilização da madeira de desbaste, desde que a floresta seja produtiva, e nos mostra que o valor agregado em árvores de maior diâmetro (15 anos) poderá ser superior ao esperado.

Quem inicia a procura de mercado mais cedo e consegue agregar algum valor na madeira, tem melhores rendimentos. O processamento da madeira apesar de gerar custo, multiplica o seu valor, sendo um diferencial para quem quer ganhar mais com a venda de sua floresta.

A questão do processamento de madeira está diretamente ligada às necessidades de seus consumidores. Tradicionalmente quem compra madeira já a compra serrada, seca, em tamanhos comerciais pré-definidos, enfim, apta para entrar na linha de produção. Dificilmente um consumidor de madeira dentro deste perfil se interessará em adquirir toras não processadas ou florestas para corte, salvo casos de necessidade extrema. Resumindo: o mercado consumidor está mais interessado em produtos do que em matéria prima.

Já no que diz respeito à colheita e processamento, ambos devem ser feitos para atender o consumidor. O foco no cliente determina que caminho o processamento seguirá. Em que comprimento cortar as toras no campo, qual o comprimento da peça acabada, qual o diâmetro mínimo e máximo das extremidades da tora, qual a largura e altura das peças produzidas, etc. Dessa forma as perdas são minimizadas e a rentabilidade aumenta ao processar a madeira.

A busca de oportunidades locais de negócios também é uma importante ferramenta para o investidor da cultura e o mercado nacinal tem excelente potencial para absorvê-la. A confecção de forros, lambris, portas e janelas, é uma excelente alternativa e os preços de venda destes produtos acabados são compatíveis com os de outras madeiras já estabelecidas no mercado. Lambris de cedro australiano feitos com madeira de 8 anos estão sendo comercializados por R$ 25,00 o m2. Sarrafos de cedro australiano para confecção de baús para caminhões frigoríficos estão sendo comercializados a R$ 1.400,00 o m3. O mercado de laminados, compensados e molduras está pronto para utilizar a madeira. O m3 de lâmina de cedro australiano foi avaliado em R$ 1.500,00. Esses são apenas alguns exemplos.

Atualmente, devido à existência de materiais genéticos superiores e conhecimento técnico, os novos plantios de cedro australiano têm produtividade muito superior à das florestas implantadas 10 anos atrás. Neste contexto, o cedro australiano destaca-se em relação às outras espécies de valor agregado no mercado madeireiro, com volume, qualidade e beleza.

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